Há quase duas décadas, decidi deixar o Brasil e embarcar na aventura de empreender em Portugal. A promessa de uma vida mais tranquila e a possibilidade de entrar no mercado europeu foram o que inicialmente me atraíram. Hoje, com muito café forte, algumas dores de cabeça e várias conquistas, posso dizer que viver e empreender nesse país é uma experiência única, cheia de altos e baixos. Neste artigo, compartilho como tem sido essa jornada, com um toque de humor e muita sinceridade, para ajudar outros brasileiros a entenderem o que é realmente viver esse sonho – ou pesadelo, dependendo do dia.
Portugal: Uma Porta de Entrada para o Mercado Europeu
Começar um negócio em Portugal é como ganhar um passaporte para o mercado europeu. Logo que cheguei, percebi que estar num país da União Europeia abre portas que antes pareciam impossíveis. De repente, a possibilidade de vender para outros 26 países estava ao meu alcance – sem fronteiras físicas, com uma moeda forte e, claro, uma logística bem mais simples do que no Brasil. Se no início eu me limitava ao mercado local, hoje posso dizer que a internacionalização é uma das maiores vantagens de empreender por aqui.
Além disso, a burocracia para negociar com outros países europeus é reduzida, algo que me surpreendeu positivamente. Empresas portuguesas são vistas como “parceiras confiáveis” na Europa, o que facilita o processo de construir relações comerciais internacionais. Isso é um diferencial que, como empresário, não tem preço.
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A Simplicidade da Tributação – Até Certa Medida
Se você, como eu, já sobreviveu ao sistema tributário brasileiro, em Portugal os impostos podem parecer poesia – mas não se engane, poesia de Fernando Pessoa, cheia de complexidades escondidas. Por mais altos que sejam os impostos aqui, a previsibilidade do sistema é um alívio. Saber quanto vou pagar e como isso será cobrado dá uma tranquilidade que, como libertário, nunca pensei que fosse valorizar. E sim, a sensação de que os impostos de fato retornam para a sociedade é algo que nunca havia experimentado no Brasil.
Ainda assim, não posso dizer que é perfeito. A carga tributária pesa, especialmente para pequenos empresários, e é preciso planejamento financeiro rigoroso. Ter uma boa assessoria contábil é fundamental – foi a primeira lição que aprendi por aqui. Isso me salvou de cometer erros simples que poderiam ter me custado caro.
Qualidade de Vida: Um Incentivo à Produtividade
Portugal é, sem dúvida, um lugar onde a qualidade de vida influencia diretamente a produtividade. Seja um almoço de negócios à beira-mar em Cascais ou uma tarde de trabalho com vista para o Tejo, trabalhar aqui tem seus encantos. A tranquilidade das cidades do interior e a segurança nas ruas criam o ambiente perfeito para focar nos negócios sem as preocupações constantes que tinha no Brasil.
Por outro lado, o ritmo mais calmo às vezes pode ser desafiador para quem, como eu, está acostumado com o “frenesi” do Brasil. Aqui, tudo leva mais tempo – desde reuniões até decisões importantes – o que me obrigou a adaptar minha expectativa e ser mais paciente. Afinal, é essa serenidade que torna o país tão especial.
A Cena de Inovação em Portugal
O ecossistema de startups em Portugal está em plena expansão, especialmente em cidades como Lisboa e Porto. O incentivo ao empreendedorismo, a vinda do Web Summit e iniciativas como o Golden Visa foram fundamentais para colocar o país no mapa da inovação. Quando cheguei, há 20 anos, isso ainda era um sonho distante, mas hoje vejo um crescimento real.
No entanto, há desafios nesse cenário. A competitividade global é feroz, e Portugal ainda enfrenta barreiras, como a dificuldade em atrair e reter mão de obra qualificada. Muitos jovens talentosos acabam emigrando para países com economias mais sólidas, o que limita o acesso a profissionais capacitados. Isso me forçou a ser criativo na busca por colaboradores e a investir muito mais em treinamento.
As Facilidades para Brasileiros: Um Sentimento de Casa
Uma das coisas que me fez amar Portugal desde o início foi a facilidade de integração para nós, brasileiros. A língua, os sabores e até o humor são familiares, o que faz a transição parecer mais natural. Além disso, a sensação de segurança e a beleza histórica tornam o dia a dia muito mais agradável.
No entanto, como em toda mudança, há um período de adaptação. A burocracia, por exemplo, ainda é um desafio, especialmente para quem chega sem um bom planejamento. Descobri rapidamente que, para agilizar processos, é fundamental contar com assessorias locais e manter a paciência – afinal, resolver questões administrativas pode levar semanas ou meses.
Os Desafios de Empreender em Portugal
Nem tudo são flores. Um dos primeiros obstáculos que enfrentei foi o tamanho do mercado. Com apenas 10 milhões de habitantes, Portugal tem uma audiência limitada, especialmente para negócios voltados ao consumidor final. Para superar essa barreira, adotei uma estratégia focada no B2B, que me permitiu explorar o potencial das empresas locais e expandir para mercados vizinhos, como Espanha.
Outro desafio é a sazonalidade, especialmente para quem depende do turismo. No Algarve, onde moro, o verão é uma loucura de clientes e oportunidades, mas o inverno traz ruas quase desertas e negócios reduzidos. Aprendi que é crucial planejar o fluxo de caixa com antecedência para sobreviver à baixa temporada.
O custo de vida também não pode ser ignorado. Nos últimos anos, Portugal ficou significativamente mais caro, principalmente em grandes cidades como Lisboa e Porto. Aluguéis dispararam, e até mesmo cidades menores têm visto aumentos consideráveis. Isso exige uma reserva financeira robusta e, muitas vezes, a escolha de locais mais afastados para viver e trabalhar.
Lições de Quase Duas Décadas em Portugal
Depois de tantos anos, o que posso dizer é que empreender em Portugal é uma experiência enriquecedora, mas exige preparação. É fácil se apaixonar pela beleza do país, pela segurança e pela qualidade de vida, mas é preciso enfrentar os desafios com realismo. A burocracia, o mercado pequeno e o custo de vida elevado podem ser desanimadores, mas com planejamento e determinação, é possível transformar essas barreiras em oportunidades.
Para mim, a maior lição foi aprender a valorizar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Portugal me ensinou a desacelerar, a apreciar os momentos simples e a enxergar o empreendedorismo como um caminho para a liberdade e não apenas como uma corrida desenfreada pelo sucesso.
Se você está pensando em empreender aqui, minha dica é: venha com os olhos abertos, um bom plano de negócios e, principalmente, uma mente aberta para aprender e se adaptar. Portugal é um país de muitas possibilidades, mas, como em qualquer lugar do mundo, o sucesso depende de esforço, paciência e uma boa dose de criatividade.
E você, já pensou em empreender em terras portuguesas? Se quiser trocar ideias ou tirar dúvidas, estou à disposição – porque, no fim das contas, a jornada de empreender é sempre melhor quando compartilhada.